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Pensamentos
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E-mails, Pensamentos, Saudades.


       Junto com as imagens desse e-mail volto no tempo e navego nos rios da infância. Há mensagens que de tão lindas e mágicas, nos transportam e por momentos nos sentimos novamente num tempo que passou...

        Vislumbro caminhos já percorridos e penso:

       Os erros cometidos bem que poderiam ter sido degraus no aprendizado, como na história de tantos heróis vitoriosos! Mas, peço perdão à vida porque não foi assim! Errei feio.

     Os caminhos do adulto, agora escolado, até que poderiam ter sido os mesmos já andados! Mas sobre eles tivesse eu carimbado a minha competência como fizeram ruidosamente tantos heróis reais ou da ficção. Confesso que, omisso e distraído, pouco disso fiz.

De repente, acordo do sonho impossível e a máquina do tempo cruamente me devolve a realidade tão palpável.

         Esses curtos anos passaram e os meus sessenta e sete continuam no aprendizado da mesma lição que deixei de aprender nos bancos da escola da vida.

           Volto ao e-mail e vejo natureza morta, natureza viva, construções dos homens, construções divinas, naves espaciais, borboletas, aves coloridas e essa música... Ah! Essa música como me faz novamente viajar! Como num filme, rolam teimosamente passagens da infância que não voltam com a mesma aparência e sabor de antes, já que não possuo mais os olhos e os sentidos da criança que fui.

       Há um tempo perdido e um frustrante desejo de recomeço, mas o recomeço não existe; Sempre estamos partindo do último quilômetro rodado e do primeiro ano, da vida que nos resta.O passado não se reproduz... Passou! E passou simplesmente como passa agora.

       A água que corre no rio da vida, hoje é outra, os olhos que agora enxergam a vida são outros e assim, o recomeço se faz impossível, razão de tantas saudades do menino que fui... Águas de um tempo que ficou atrás e que não voltam, mas fluem na mente como uma sombra.

          Cresceu a compreensão e a visão da vida, à medida que decresceu pela idade, o sentido da visão. Hoje fico cego quando vejo mais. Enxergo melhor a vida quando se embaça a visão dos meus olhos. Iludo-me, porém com uma desculpa; Meus sessenta e sete anos me deram visão periférica, visão adulta..! Mero consolo!

      A inspiradora paisagem desse e-mail me embalou nessa viagem.  A música e o clima, por um momento me arrebataram da crua realidade tão insubstituível. O mundo sonhado enquanto rolava o e-mail, um dia existiu, mas passou... Já acordei! Mas, como lamento!

Gilson Leite de Moura 03/02/2012