Caros amigos da internet.
Gilson Leite de Moura (19/10/2012).
Acho que uma das coisas mais importante na vida é alcançarmos a maturidade para melhor nos situarmos em um mundo tão cheio de controvérsias, principalmente quando essas são de ordem política. Posto, então que aos sessenta, adquirimos esse equilíbrio, convém analisarmos os fatos concretos observados, e desprezarmos os “disse-me-disse” de uma imprensa que quase sempre tem sido tendenciosa e agora tem a grande colaboração da internet, às vezes na rota do esclarecimento, às vezes na de confundir.
Melhor mesmo no momento é observarmos fatos positivos e palpáveis já que contra fatos não há argumentos. Não dá para desmentir, por exemplo, que o salário mínimo vigente é incontestavelmente maior que o antigo (menos de cem dólares) e o nível de vida da maioria pobre, sofreu uma melhora considerável.
Lembro-me do que diziam os governantes, secretários, ministros e economistas, antes de 2002; “Se aumentarmos o salário mínimo o Brasil vai à falência”.
À bem da verdade, os mesmos economistas, profetas desse apocalipse tão desejado por eles, hoje reconhecem que, o aumento do salário mínimo e o bolsa família foram, ao contrário, causas do progresso desse país que tanto mudou. Inclusive, esse fato veio beneficiar até os detentores do grande capital que movimentam a indústria e os negócios desse país. Repetiam também constantemente de maneira até ridícula, que melhor era dá o anzol que o peixe, mas não faziam nem uma coisa nem outra e até parece que davam o anzol, mas torciam para o lago secar.
Não dá para não perceber, por exemplo que classes menos privilegiadas têm hoje acesso a universidade pública e até a inacessível e cara universidade privada de antes. Quem não se lembra disso? São fatos incontestáveis e já bastariam para justificar um bom governo apesar dos erros cometidos. Mas, de maneira injusta, são só os erros (sem os acertos) do governo Lula que tanto se deseja evidenciar em tempos de memória curta.
O presidente Lula, universalizou ações e atitudes antes só possíveis aos privilegiados e por isso com toda razão, tem um número grande de admiradores. Se andarmos por um raciocínio lógico e bem simples, a universalização das ações que mudaram nossa sociedade não teria sido mais inteligível e esperada nas “sábias” decisões de um sociólogo que de um operário?
Pois bem! Para reacender a discussão e a memória de alguns, queremos dizer que a indicação do grande jurista negro, Joaquim Barbosa que hoje nos dá tanto orgulho foi também feita pelo presidente operário que ficará na memória daqueles que, como nós, já atingiram os sessenta anos. Lula fez uma coisa simples; Deu o anzol para os remediados e o peixe para aqueles que tinham fome.
Toda revolta da elite egoísta, que pela primeira vez, não foi contemplada com essas ações democráticas e populares, reside nessa mudança nunca esperada talvez até pela lembrança arraigada da escravidão. Todas essas medidas funcionaram para eles como pesadelo, mas, elite, como o nome já sugere é sinônimo de minoria e as ações de um bom governo democrático precisam contemplar prioritariamente, a maioria.
O conceito de progresso não focava anteriormente, o ser humano pobre, já que, teorias capitalistas mostravam tendenciosamente caminhos outros que só nos levava a frieza inútil e injusta dos números de uma economia ditada pelo FMI e conseqüentemente excludente.
Acho que se Lula não tivesse nos governado estaríamos até hoje esperando o “bolão do Delfim Neto crescer” para só depois o poderoso chefão dividir não se sabe com quem. Era essa a grande besteira que se apregoava naquela época e até hoje tenho vergonha de tamanha cara de pau dos políticos da época já que esses senhores tão sapientes eram aplaudidos e eleitos “democraticamente” por nós.”Mea culpa”.
O presidente Lula, nascido das classes mais humildes contribuiu até para revolucionar o STF quando indicou o “furacão” chamado Joaquim Barbosa para a função de ministro. Também eu como vocês, caros amigos internautas, nos sentimos orgulhosos do nosso momento histórico e torcendo por uma grande devassa na vida política dessa nação e na bandalheira instalada e aprendida em governos anteriores.
Doa a quem doer queremos todos nós a moralização da nossa política e do nosso país. Mesmo que essa devassa venha a atingir pessoas que contribuíram enormemente com a justiça social num país que clamava por soluções justas e includentes. Essa grande devassa, no entanto teria que ter início, convocando não somente o governo do presidente operário, mas também o do presidente sociólogo, sabidamente grande professor da Sorbonne, mas também grande mestre na arte de escamotear a verdade. Com ele aprendemos, por exemplo, que a verdade, como o lixo, pode ser escondido debaixo do tapete. E isso aconteceu no congresso da sua época.
Que tal, na ordem cronológica, o STF tivesse começado a devassa pelo presidente sociólogo jogando no ventilador e na imprensa de hoje, fatos não menos escabrosos que os observados mais recentemente? E se essa devassa tivesse acontecido antes, logo no fim do mandato de FHC? O Brasil com certeza teria aprendido a lição, e os erros de hoje não teriam acontecido, até pela força do exemplo.
Sabemos que nosso grande erro tem sido a impunidade principalmente com aqueles cujo objeto do roubo não tem sido o mesmo do humilde e folclórico ladrão de galinhas que roubava para matar a fome da família. A história poderia se apresentar nesses nossos dias, com outra cara e teria vindo à tona, por exemplo, aquele episódio triste e vergonhoso da compra de muitos membros do congresso para que o mandato do sociólogo fosse prorrogado por mais um período.
Que tal voltarmos àqueles dias em que a antiga Vale do Rio Doce (hoje Vale) foi leiloada à preço de banana podre? Que tal o mesmo Joaquim Barbosa num ato de assepsia do congresso pudesse remover essa sujeirada toda? Querem saber de quantas CPIs se falava na época? Basta acessar a mesma internet tão usada por essa elite inconformada que divulga somente os pecados daqueles que felizmente num momento bom da nossa história deixaram de rezar pela cartilha deles.
Todos torcemos pela moralização do nosso país, sobretudo para que com essas atitudes consigamos beneficiar a grande maioria que antes não recebia as benesses do governo em um país que bem ou mau, agora se acorda e até ousa colocar atrás das grades, políticos inescrupulosos pela ação justa de um negro que como Lula, veio de um lar humilde já que é filho de pedreiro. Temos idade suficiente para sabermos que a corrupção não foi inventada no governo Lula e temos consciência também que só em governos abertos e democráticos as falcatruas vêm à tona e foi isso que aconteceu.
Seja o que Deus quiser! Queremos um Brasil de justiça para nossos filhos e netos, mas será que precisamos lembrar que pobres e miseráveis também povoam esse Brasil com filhos e netos também amados pelos seus pais e avós?
Gilson Leite de Moura 19/10/2012